Muitos blocos de carnaval estão direcionando seus esforços para a promoção de marcas, priorizando o público pipoca e reduzindo a ênfase na venda de abadás, um aspecto cultural importante, e nas demandas por espaço para os foliões sem cordas.
Um exemplo disso é a parceria entre O Boticário e a Pipoca de Saulo, em Salvador, evidenciando a tendência de marcas investirem em eventos populares como o carnaval. O Guaraná Antarctida, por sua vez, patrocinou o trio Largadinho da cantora Claudia Leitte. Outros blocos, como os trios de o Tchan, Xand Avião e Banda Eva, contaram com patrocínio da rede social TikTok, enquanto a Banda Eva também teve apoio do 99 motos.
Além disso, o trio Armandinho recebeu patrocínio da estatal Bahiagás, mostrando o envolvimento de empresas públicas no apoio aos eventos carnavalescos. O Ara Ketu desfilou com o patrocínio da Prefeitura de Salvador e do Governo do Estado da Bahia, que também financiaram diversos blocos afros, como o trio de Daniela Mercury.
A Prefeitura de Salvador, por sua vez, tem buscado parcerias com grandes empresas, como a Ambev, para patrocinar o carnaval, embora os valores investidos não tenham sido divulgados publicamente.
Observa-se, assim, uma mudança de foco por parte dos empresários, que estão cada vez mais interessados em captar recursos para patrocínios e investir em camarotes, em detrimento da venda tradicional de abadás.
Essa estratégia reflete uma tendência de valorização do marketing de experiência e do engajamento com o público, tornando o carnaval não apenas uma festa, mas também um espaço de promoção e visibilidade para as marcas.